Presente na audiência pública que debateu a concessão da Malha Oeste, o prefeito Marcelo Iunes cobrou mais agilidade no processo de relicitação do trecho que liga Corumbá até Mairinque, em São Paulo.
“Precisamos, o mais rápido possível, desenrolar esse processo que estava marcada para dois anos atrás. Precisamos colocar em prática esse processo para que Corumbá deixe de ser o início ou o fim da linha ferroviária para tornar-se o meio da rota bioceânica”, defendeu o chefe do Executivo municipal.
“Temos condições de exportar até 15 milhões de toneladas de minério de ferro e estamos exportando só 4 milhões. Isso ajudaria a gerar mais empregos e renda no município e fortaleceria também o comércio interno”, complementou o prefeito, lembrando que a ferrovia também tiraria boa parte do tráfego pesado da BR-262.
“Hoje algumas siderurgias do sudeste, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, estão comprando minério de Corumbá e esse material está indo pela BR-262. Com a ferrovia funcionando esse volume poderia ser ainda maior e ajudaria o Estado, na arrecadação do ICMS”, pontuou Marcelo Iunes.
O prefeito de Corumbá ainda concordou com o secretário estadual Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), de que a Malha Oeste seria também a redenção da BR-262. “Hoje mesmo tivemos um acidente grave, com dois óbitos, próximo à ponte do Rio Paraguai. Além de danificar a estrada e deixá-la mais perigosa, o tráfego intenso também provoca a morte de animais”, completou Iunes.
O secretário de Governo, Luiz Antônio da Silva, também participou da audiência, realizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) em Campo Grande, e destacou a importância do ativo para todo o Mato Grosso do Sul. Na avaliação do secretário municipal, o Município e o Estado deixam de arrecadar e de gerar mais frentes de trabalho sem a ferrovia.
Avaliação
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques, a audiência foi positiva. “Foi apresentado o estudo de viabilidade comprovando que existe carga para ser transportada pela Malha Oeste, desde Corumbá até São Paulo”, pontuou.
“Foram questionados alguns pontos, como a mudança das bitolas e alguns equipamentos, como a ponte que corta o rio Paraguai, se estavam devidamente contemplados no estudo de engenharia. Mas o resumo é que foram acolhidas varias sugestões que serão levadas para a ANTT e vão nos dar a resposta”, prosseguiu Cássio, que ainda levantou um tema importante para a região:
“Nossa preocupação foi principalmente sobre a mudança da bitola de 1 metro para 1,6 metro, que traz uma inviabilidade com a conexão com as ferrovias boliviana, argentina e chilena. Aquilo que a gente procura, que é a conexão com o Pacífico através das ferrovias, fica comprometida com essa mudança estrutural da linha. Isso foi reforçado por outras pessoas, principalmente operadores que atuaram com transporte nessa malha e não há, em nossa entendimento, uma grande justificativa técnica para que isso ocorra”, concluiu.