Com o nome de origem tupi-guarani – Curupah, que significa “lugar distante” – e depois de ter outras denominações ao longo de sua história, Corumbá é conhecida como cidade branca, devido à cor clara de seu solo, rico em calcário. A ocupação da região teve início no século XVI quando, com a expectativa de encontrar ouro, a área do atual município foi explorada pelos portugueses, que começaram a chegar em 1524.
Fundado em 1778 para impedir os avanços dos espanhóis pela fronteira brasileira em busca do mineral precioso, o Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque – primeira denominação do vilarejo – transformou-se no principal entreposto comercial da região. Quando a passagem de barcos brasileiros e paraguaios pelo Rio Paraguai foi liberada, e devido à importância comercial que passou a ter, a localidade foi elevada a distrito em 1838 e, em 1850, a município.
Durante a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), a freguesia de Santa Cruz de Corumbá – nome que recebeu na emancipação – foi palco de uma das principais batalhas do conflito, sendo ocupada e destruída por tropas de Solano Lopez em 1865. A partir de 1870, ao ser retomada pelo tenente-coronel Antônio Maria Coelho, a cidade começou a ser reconstruída. Na mesma época, imigrantes europeus e de outros países sul-americanos chegaram, impulsionando o desenvolvimento local. Como resultado, Corumbá foi o terceiro maior porto da América Latina até 1930.
Até a década de 1950, os rios Paraguai, Paraná e Prata eram os únicos meios de integração da região. Por isso, a cidade vivia sob a influência dos países da Bacia do Prata, dos quais herdou grande parte dos seus costumes, hábitos e linguagem. Isso ocorreu naturalmente devido à sua localização fronteiriça e ao isolamento físico que sofria na época.
A chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil no início do século XX, porém, deslocou o eixo comercial do sul do Estado – então Mato Grosso – para Campo Grande. Os grandes comerciantes locais mudaram-se para outras cidades e Corumbá passou a priorizar comercialmente a exploração mineral e as atividades rurais, como a agropecuária.
A cidade iniciou atividades industriais na década de 1940, com a exploração das reservas de calcário – excelente para a indústria do cimento – e de outros minérios. No fim dos anos 1970, o turismo passou a ser explorado, revelando nova infraestrutura e viabilizando a restauração das construções históricas. Com o Pantanal ocupando 60% de seu território, Corumbá passou a ser chamada de capital do pantanal, constituindo-se o principal portal para o santuário ecológico.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Albuquerque pela Lei Provincial n.º 4, de 19-04-1838.
Elevada à categoria de vila com a denominação de Albuquerque pela Lei Provincial n.º 12, de 05-07-1850.
Pela Lei n.º 6, de 11-11-1869, a vila de Albuquerque foi extinta.
Elevada novamente à categoria de vila com a denominação de Albuquerque pela Lei n.º 7, de 07-10-1871, é desmembrada do município de Cuiabá e instalada em 14-05-1872.
Elevada à condição de cidade com a denominação de Corumbá pela Lei Provincial n.º 525, de 15-11-1878.
Pela Lei n.º 134, de 16-03-1896, é criado o distrito de Ladario e anexado ao município de Corumbá.
Por Resolução Estadual n.º 255, de 10-04-1900, é criado o distrito de Porto Murtinho e anexado ao município de Corumbá.
Pela Lei Estadual n.º 327, de 08-04-1902, é criado o distrito de Dourados e anexado ao município de Corumbá.
Pela Lei Estadual n.º 560, de 20-06-1911, ou Decreto Estadual n.º 310, de 02-04-1912, é desmembrado do município de Corumbá o distrito de Porto Murtinho, elevado à categoria de município.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído de 4 distritos: Corumbá, Albuquerque, Dourados e Ladário.
Assim permanecendo em divisão administrativa referente ao ano de 1933.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece constituído de 6 distritos: Corumbá, Albuquerque, Dourados, Ladário, Morcego e Nhecolândia.
No quadro anexo ao Decreto-lei Estadual n.º 145, de 29-03-1938, o distrito de Dourados aparece denominado Amolar. Também nesse quadro aparece o distrito de Porto Esperança.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 208, de 26-10-1938, o distrito de Nhecolândia tomou a denominação de Mercedes e Morcego passou a chamar-se Santa Rosa.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943 o município é constituído de 7 distritos: Corumbá, Albuquerque, Amolar, Ladário, Mercedes, Porto Esperança e Santa Rosa.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 545, de 31-12-1943, o distrito de Santa Rosa tomou a denominação de Paiaguás.
Pela Lei Estadual n.º 137, de 30-09-1948, o distrito de Mercedes voltou a denominar-se Nhecolândia.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município é constituído de 7 distritos: Corumbá, Albuquerque, Amolar, Ladário, Nhecolândia, Paiaguás e Porto Esperança.
Pela Lei n.º 679, de 11 de dezembro de 1953, desmembra do município de Corumbá o distrito de Ladário, elevado à categoria de município.
Pela Lei Estadual n.º 715, de 17-12-1953, é criado o distrito de Coimbra, com terras desmembradas dos distritos de Porto Esperança e Albuquerque e anexado ao município de Corumbá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 7 distritos: Corumbá, Albuquerque, Amolar, Coimbra, Nhecolândia, Paiaguás e Porto Esperança.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.