O prefeito Marcelo Iunes reuniu-se nesta sexta-feira, 18 de agosto, com representantes do Sindicato Rural de Corumbá para discutir sobre a construção da nova Lei do Pantanal, uma proposta liderada pelo Governo do Estado. O secretário de Governo, Luiz Antônio Pardal, a diretora-presidente da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, Ana Cláudia Boabaid, o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, Luciano Leite, e o vereador Alex Dellas também participaram da agenda.


O chefe do Executivo municipal enfatizou que o assunto depende de um debate amplo e inclusivo, onde a população corumbaense deverá ser ouvida e valorizada. “Quando falamos em Pantanal, precisamos lembrar que quase 70% desse bioma faz parte do município de Corumbá. E são vários setores que dependem do Pantanal para seu sustento”, afirmou o prefeito.


“O Pantanal é um lugar único no mundo, mas também é muito complexo. Temos centenas de famílias ribeirinhas que vivem da pesca, da coleta de iscas e de pequenas plantações. Temos os pescadores profissionais (a cidade tem uma das maiores colônias de pesca do Estado), mas também temos o turismo e a pecuária, dois setores muito importantes para a economia local. São setores diferentes da sociedade, mas que precisam estar envolvidos diretamente nesse debate”, reforçou.


Marcelo Iunes detalhou aos representes do Sindicato Rural que já conversou sobre o tema com a senadora Teresa Cristina. “Na semana passada, quando estive em Brasília, conversei com a senadora sobre isso, e ela nos colocou que já tinha marcado uma reunião com o pessoal da união para que o Estado tenha a autonomia dessa decisão, e a colocou à disposição da nossa cidade. Nós entendemos que precisamos sim preservar o Pantanal, mas também precisamos garantir a geração de empregos, de renda e a integração entre as várias regiões da planície”, completou o chefe do Executivo municipal.


Para o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson Araújo de Barros, a preocupação da categoria são os diversos aspectos econômicos, sociais e ambientais envolvidos na discussão. “Então essa pode ser uma lei que quase inviabilize a produção no pantanal, se ela não for bem redigida. É uma lei que tem uma grande influência na capacidade de produção do Pantanal, onde historicamente estamos fazendo uma produção sustentável”, pontuou.


“A preocupação que viemos externar ao prefeito é que precisamos ter cuidados na elaboração desse projeto para que não inviabilize a produção, uma vez que a cadeia do agro envolve milhares de pessoas. Por exemplo, uma vez que inviabilize a produção de bezerros no Pantanal, que é o que fazemos com excelência, você inviabiliza diversos setores de produção da cidade, que podem até mesmo fechar”, reforçou Gilson de Barros, que finalizou:


“Essa lei precisa ser feita com muito cuidado, com muito carinho. Temos uma preocupação ambiental sim e isso está mais que demonstrado porque se o Pantanal está essa maravilha que está hoje é graças à consciência do produtor pantaneiro. Mas temos preocupação social e econômica também e isso precisar ser bem visto para que não aconteça um deserto no pantanal e não se transforme em uma região abandonada por falta de viabilidade econômica e que pode se transformar numa grande área para incêndios florestais como acontecem nas regiões onde não há o uso da pecuária”.